Um Caso de Discriminação de Branco.


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Um fato inesquecível da minha infância que minha mãe não cansa de contar:


Tinha eu dois ou três anos e minha mãe levou-me a um posto de saúde aonde se fazia inscrições para um programa social desses assistencialistas do governo da época. Após esperar pacientemente na fila, foi atendida pela assistente social que olhando-me por alguns instantes voltou para minha mãe e disse: 

-‘Minha senhora, este programa é apenas para famílias carentes, queira, por favor ceder seu lugar à outra pessoa!’

É que, por incrível que pareça, eu era um belo menininho de pele tão alva e cabelos lisinhos, tão limpinho e cheiroso que todo mundo já estava realmente desconfiado da nossa presença ali. Minha mãe, com a candura de sempre, disse à assistente social:

– ‘Não senhora. Nós precisamos, somos pobres. Eu moro no quintal da minha mãe e preciso tanto quanto todos aqui.’

Assim, a assistente fez o que mamãe pedia.

——————————————————————Eu estudei a vida inteira em escolas comunitárias, e quando saí para estudar em uma particular o fiz porque comecei a trabalhar para poder pagar o colégio, que custava quase todo o salário do mês.

Nem todo “branco” (se é que posso dizer que o sou) nasce rico e cheio de oportunidades, ainda mais nesse país tão desigual. Quero dizer que se eu tivesse de entrar numa universidade pública, entraria pelos meus esforços e não acharia justo que alguém me roubasse a vaga porque tem um tom de pele mais escuro que a minha. Tampouco se eu fosse negro gostaria que me tratassem como um ‘especial’, incapaz de conseguir uma vaga pela minha competência e por isso me fazem a ‘caridade’ de cederem cotas.

São coisas que minha mãe me ensinou: “pobreza não é sujeira nem desleixo”; “só queira o que é seu”; “você sempre terá sua família e sua casa”…

Agradeço a minha mãe por não permitir que o estado me criasse, nem mesmo sequer parentes próximos para que ela pudesse trabalhar e nos dar “condições melhores” de vida. Condições de vida melhor me foi dada a partir do seu papel inalienável de mãe, coisa que mulher nenhuma hoje mais parece querer ser. Então, não venham hoje me dizer que tive mais ou menos oportunidade que alguém por ser desta ou daquela cor, afinal de contas por mais que eu quisesse, eu não sou de fato Bruce Wayne, o ‘Principe de Gothan City’.

Batman_olofote

Pe. Marcos Flávio

 

Fato: não são apenas os negros que sofrem discriminação, tudo é uma questão de ponto de vista e situação, por isso ambos os casos precisam ser observados sempre de um mesmo ângulo de visão e é claro que a cor da pele não deve ser uma razão de diferenciação, seja ela de que tipo for, uma super valorização ou uma depreciação.

 

(Uma Mensagem de Amor)


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Sobre presentepravoce

Sou Católico Apostólico Romano e Participo da RCC a 38 anos. Meu objetivo é compartilhar experiências e ensinamentos sobre Família e relacionamento de casais na luz do Batismo no Espírito Santo, O Selo Da Nova e eterna Aliança.
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